Alameda da Universidade, Lisboa

As trotinetes elétricas acabaram em Paris com 89% de votos a favor da proibição

26-10-2023

Já todos nos deparámos com uma trotinete elétrica "estacionada" em lugares incomuns, para não dizer bizarros. Ou quase fomos atropelados por um condutor a toda a velocidade inesperadamente.

São muitas as críticas apresentadas às empresas que fornecem este serviço e aos seus utilizadores: conduzem rápido fora dos locais próprios, quando existem; a falta de regulação e a falta de civismo destes condutores estão entre as principais críticas mencionadas. Os parisienses estão oficialmente fartos.

Desde Abril que as trotinetes elétricas de aluguer deixaram as ruas de Paris após o referendo que votou a sua proibição. Por detrás do referendo está Anne Hidalgo, presidente da Câmara Municipal de Paris, que se assume pessoalmente contra a circulação destes veículos e fez campanha pelo seu fim. Com sucesso! Dos 103 mil parisienses que votaram, a esmagadora maioria, quase 90%, votaram a favor da proibição.

Os sucessivos atropelamentos, um destes resultando na morte de uma criança de 5 anos que comoveu a França, o incómodo que as trotinetes abandonadas causam a pessoas com mobilidade reduzida e a condução perigosa que os condutores destes veículos adotam culminaram no consenso em Paris.

Desde a entrada em vigor desta lei, são muitos os apelos feitos por parte de várias empresas para o regresso das trotinetes. Estas alegam que a proibição é uma medida excessiva e com graves impactos na sua faturação e sentem-se injustiçadas por uma medida a que chamaram de dramática. Apontam também a regulação, punição e um controlo mais apertado do seguimento das regras de circulação como medidas mais adequadas. No entanto, o lobby não parece estar a ser bem recebido, a ordem para a recolha de todas as trotinetes já foi dada e parece que a proibição veio para ficar.

Será que outras cidades ou países seguirão o exemplo de Paris e adotarão a mesma medida? Proibição ou não, já há em mais cidades no mundo, como Montreal e Copenhaga, movimentos por regulação mais restritiva a estes veículos. O futuro destas empresas está em jogo e só o futuro dirá se continuaremos a ver as trotinetas que já fazem parte da paisagem das cidades.

Fonte: Observador
Fonte: Observador


João Lopes

Núcleo de Estudos Europeus da Universidade de Lisboa
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