Decisão de Heinrich Himmler sobre o povo cigano

Todos conhecem os impactos do holocausto sobre o povo judeu. No entanto, o povo judeu não foi o único alvo da política racial do regime nazi. Entre as restantes "Untermenschen", termo criado pelo regime nazi para se referir a pessoas indesejadas e consideradas inferiores, encontravam-se os povos eslavos, homossexuais, deficientes e ciganos. Em relação ao povo cigano, Heinrich Himmler, um dos mais altos cargos das SS, tomou uma decisão mais particular.
Inicialmente, a decisão foi que os ciganos deviam ser aprisionados em campos específicos para esta etnia, com a intenção de mais tarde serem deportados para territórios ocupados na Polónia. Esta decisão encontra resistência por parte de Hans Frank, o governador destes territórios, que se recusa a receber um grande número de deportados na sua jurisdição. Por este motivo, é interrompido o plano de deportação do povo cigano, criando um vazio para estas pessoas. Não são deportados, nem são libertados, mas durante este período faleceram milhares de ciganos devido às condições terríveis em que foram mantidos nestes campos.
Os campos de concentração onde estas pessoas se encontravam aprisionadas em território alemão eram indesejados pelas populações locais, que se queixavam dos efeitos que estes campos poderiam ter sobre a saúde pública e a segurança, segundo a perspetiva nazi.
Para responder a este apelo da população, em dezembro de 1942 é ordenada por Himmler a deportação de todo o povo cigano do grande reich alemão para leste. A maioria destes prisioneiros morreu no campo de Auschwitz-Birkenau.
Como todas as guerras, a Segunda Guerra Mundial teve enormes custos humanos, o ódio, o racismo, a xenofobia e o capacitismo atingiram o seu expoente máximo na história da humanidade. O povo cigano merece, portanto, também ser lembrado como um dos mais martirizados por este conflito.
João Lopes