Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto

Foi no ano de 2005, a 1 de novembro, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas através da Resolução 60/7 que se efetivou o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Neste dia, além de relembrarmos as vítimas do Holocausto e toda a tragédia que rodeia este evento histórico, marca-se também o não negacionismo do seu acontecimento.
O negacionismo do Holocausto consiste na ideia de que o evento é um mito inventado pelas potências aliadas para justificar a ocupação da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Os negacionistas afirmam ainda que o Holocausto é uma forma de vitimizar os judeus de forma a criarem o Estado de Israel. O seu argumento é o simples facto de não existirem provas documentais assinadas pelo próprio Hitler, ignorando todas as outras evidências já comprovadas.
De facto, na altura da Segunda Guerra, Hitler exigiu que apenas se documentasse o estritamente necessário sendo a maior parte das ordens passadas oralmente, de forma a não existirem, de facto, provas do genocídio que se presenciava.
O governo nazista alemão não queria que existissem provas concretas da existência do Holocausto, sendo então um segredo do Estado. As ordens de extermínio ou deportação ou qualquer outra ordem que com isto tivesse alguma relação, eram dadas somente a quem liderava as atividades, de forma a manter o máximo sigilo. Tanto que, na documentação necessária, era utilizada uma linguagem em código, assim, no caso de o documento cair nas mãos erradas, não se identificava nada de errado com o mesmo. Desta forma, utilizava-se a expressão "reassentamento para o leste" para se referirem à deportação forçada dos judeus para os campos de extermínio ou a expressão "tratamento especial" como ordem de assassinato.
Estes documentos foram todos declarados como "ultrassecretos" e, quando necessário, as provas que poderiam vir a denunciar este ato de genocídio, onde morreram 6 milhões de pessoas, eram destruídas. Hitler tinha receio que se viessem a descobrir as ações que tinham lugar na Alemanha nazi, devido às possíveis reações das restantes potências. Daí todo o secretismo e uso de eufemismos nos discursos e documentos.
O Dia em Memória das Vítimas do Holocausto chama a atenção aos movimentos antissemitas que decorreram durante o governo de Hitler e alerta o mundo para os problemas modernos de maneira a combater a desinformação.
O mundo combate hoje, o antissemitismo, o racismo, a intolerância, a guerra, todas estas causas de grande sofrimento, em especial para as vítimas e as suas famílias.
Através da Resolução 60/7, a ONU encoraja os estados-membros a salvaguardarem as evidências do Holocausto e, em conformidade com a Declaração Universal de Direitos Humanos, a mesma censura qualquer tipo de atos violentos, de intolerância, perseguição contra qualquer tipo de comunidades ou povos de acordo com a sua nacionalidade, etnia ou religião.
Alice Pereira