Grécia adota jornada de trabalho de 6 dias

Na Grécia, onde a jornada de trabalho semanal já é superior à maioria dos demais países europeus, o governo conservador quer implementar não só a jornada semanal de 6 dias, como 13 horas de trabalho diárias.
A Grécia encontra-se numa situação económica instável, pelo que os seus trabalhadores trabalham, em média, 42 horas por semana, valor bastante acima da média da União Europeia (37,5 horas). Contudo, um polémico projeto de lei proposto pelo governo conservador, liderado por Kyriakos Mitsotakis, levou milhares de atenienses à rua para protestar contra o mesmo. É proposto que a jornada semanal passe a ser composta por 6 dias, e que os trabalhadores a tempo inteiro arranjem um trabalho em part-time que possibilite alcançar as 13 horas diárias. Segundo o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, esta reforma permitirá não apenas eliminar o trabalho não declarado, como aumentar o emprego. Anexada a esta nova lei, vem a possibilidade de os trabalhadores poderem ser despedidos no primeiro ano de trabalho sem qualquer aviso ou compensação.
Resta agora saber qual o impacto que esta nova realidade grega terá para Portugal e para a Europa, numa conjuntura onde países como a Escócia, Bélgica ou Islândia já adotaram a jornada semanal de 4 dias. Irá Portugal seguir o exemplo progressista das economias do Norte, ou irá atrás do exemplo de um dos seus irmãos do Sul, com um contexto económico semelhante ao seu?
Miguel Fontes